“… quem quiser ser importante, que sirva os outros”.

Publicado por pedrotriana ⋅ 31 de julho de 2012 ⋅ 58 Comentários

Arquivado Em ambições, fraternidade, justiça, paz, poder, protagonismo, São Tiago, serviço, solidariedade

“… quem quiser ser importante, que sirva os outros”.

Festividade de São Tiago Apóstolo

25 de julho

Textos:

1ra leitura: Jeremias 45,1-5

Salmo 7,1-10

2da leitura: Atos 11,27-12,3

Evangelho: Mateus 20,20-28 ou Marcos 10,36-45

São Tiago o Maior, chamado assim, porque foi chamado mais cedo que São Tiago o Menor, irmão de Jesus (cf. Mc 6,3), foi um dos doze apóstolos de Jesus. Era filho de Zebedeu e Maria Salomé. Ele e seu irmão mais velho, João, foram chamados por Jesus quando consertava as suas redes à beira do Lago da Galiéia (cf. Mt 4,21); e receberam de Jesus o nome de “Boanerges”, que significa “filhos do trovão”, pela sua impetuosidade (cf. Mc 3,17).

A tradição evangélica relata que Tiago estava presente na cura da filha de Jairo (cf. Mc 5,21-43), na Transfiguração (cf. Mt 17,1-13; Mc 9,2); e mais tarde junto com Jesus durante a sua agonia no Jardim do Getsêmani (cf. Mt 26,36-46). Finalmente Tiago e seu irmão João são mencionados em uma das aparições pós-ressurreição, na margem do lago Tiberíades (cf. Jo 21,2), e entre os que estavam reunidos no cenáculo depois da ascensão (cf. At 1,13). Segundo o livro dos Atos dos Apóstolos, Tiago foi decapitado durante o reinado de Herodes Agripa I por volta de 41-44 d.C. (cf. At 12,1-2); sendo assim, o primeiro dos apóstolos em sofrer o martírio.

E narram os evangelhos de Mateus e Marcos que enquanto Jesus subia a Jerusalém, levou consigo aos Doze, e pelo caminho anuncia sua paixão e morte. Jesus está ciente de sua próxima morte e também de sua ressurreição. Mas os apóstolos permeados pela ideia de um Messias triunfante e poderoso, ainda não conseguiam entender, por que, se Jesus era o Messias, devia morrer.

Será nesse ambiente que a mãe de Tiago e João se aproximou de Jesus e fez um pedido: “O que é que você quer?, perguntou Jesus; aí a mãe, entendo o reino anunciado por Jesus como terreno, e também tendo em mente a ideia de um Messias triunfante e poderoso, falou: “Promete que, quando o Senhor se tornar rei, estes meus dois filhos sentarão à sua direita e à sua esquerda”.

E a petição não apenas tinha a ver com as posições de honra, mas também com o exercício do poder, porque sentar à direita e à esquerda implicava, na época, não apenas honra, mas também poder.

Quando os outros apóstolos escutaram o pedido ficaram irritados contra os dois irmãos. Mas ao ver a disputa e a divisão Jesus os chamou. Ele vai restabelecer a harmonia com uma grande lição de humildade; e lhes vá a dar uma lição em dobro. Primeiro estabeleceu o verdadeiro sentido de sua própria vida e o porquê de sua morte: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida para salvar muita gente”; depois lhes dá uma grande lição de humildade: “… quem quiser ser importante, que sirva os outros”.

A conclusão e o ensino para nós hoje, é que Jesus nos ensina e nos pede ir pelo caminho oposto das ambições, do protagonismo e do poder. Temos que liberar-nos dessa doença que procura poder, jerarquia, honra, e estar acima dos outros.

A Igreja em geral, e nossa Igreja em particular, precisa verdadeiros cristãos dispostos a caminhar pelo caminho do amor, e do seguimento de Jesus, deixando de lado interesses pessoais, para lutar por mundo mais humano, compassivo e misericordioso. Hoje, Jesus precisa de seguidores e seguidoras que sejam exemplo de serviço, de fraternidade, amor e solidariedade para com todas as pessoas.

A Igreja somos todos, e é de todos, não tem donos particulares, e a todos nos corresponde, no lugar onde estejamos serem colaboradores de Jesus na tarefa evangelizadora, e sendo fazedores da paz, da justiça e da solidariedade. E como Igreja de Jesus Cristo temos um modelo a seguir: esse é Jesus.

Como Jesus ensinou aos seus apóstolos, a narrativa de Mateus e Marcos, traz para nós também uma grande lição de humildade. Tratar de ser primeiros em todas às partes, sem importar-nos como, e sem importar-nos se relegamos outras pessoas para trás, não tem nada a ver com o espírito dos verdadeiros seguidores e seguidoras de Jesus. Jesus nos ensinou a servir e a ser humildes e simples por amor a Ele.